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Sweet, do Bubblegun ao Hard Rock, imortalizando o Glitter! 
(Parte 1)

 

"Are you ready Steve? ... "Uh-hu!"

"Andy?" ................. "Yeah!"

"Mick?" ................. "Okay!"

"Alright fellas, let's go!"

 

Começava assim a "Confusão na Pista de Dança", ou Ballroom Blitz, o hino do glitter rock na voz de Brian Connolly, mais o baixo e segundo vocal de Steve Priest, a guitarra e vocal em falsete de Andy Scott, e bateria e vocal igualmente em falsete de Mick Tucker, the best fuckin' drummer in the world, como preferem os fãs da banda.

Esqueça o Slade, David "Ziggy Stardust" Bowie, Gary Glitter, Marc Bolan, Brian Ferry ou Suzi Quatro. Se alguém encarnou o Glitter Rock, este alguém foi o grupo Sweet. De promissora banda pop, com sucessos na Inglaterra, Europa, América do Sul e Ásia, este grupo inglês surpreendeu o mundo aparecendo no Top Of The Pops, da BBC1, travestidos, maquiados, purpurinados, afeminados, cantando em falsete e levando as meninas ao delírio. Hot pants agora não eram mais exclusividade feminina. Que o diga Steve Priest.

Um pouco de História...

        Com 16 anos, o jovem Brian Connolly, recém formado na Escola Técnica, entrou para a Marinha Mercante. Neste período ele fez a tatuagem da cabeça de tigre em seu braço direito. Ao dar baixa, em 1963, ele voltou para sua cidade, Harefield, e cantou em várias bandas. Uma delas foi a "Generation X", onde ficou até Agosto de 1965. A banda era formada por Brian nos vocais, Chris Eldridge e Lee Mordecai na guitarras, Mark Conway, no baixo, e Martin Lass na bateria. Gravaram quatro músicas que nunca foram lançadas comercialmente.

        Em Março de 1965, Mick Tucker entra para o grupo "Wainwright's Gentleman", para substituir o baterista original da banda. Nos vocais estava Ian Gillan, que saiu no final de Abril, dando lugar a Ann Cully.

        Em Setembro a banda recruta mais um cantor, Brian Connolly, para dividir os vocais com Ann Cully. No segundo semestre de 1966, apenas Brian ficou como vocalista. O guitarrista Frank Torpey (que havia tocado com Mick Tucker em 1962), entrou em Outubro de 1967 mas foi logo demitido em menos de 2 meses pelo baixista Jan Frewer, o líder do grupo. Brian e Mick não gostaram e saíram do grupo em Fevereiro de 1968.

         Por volta de Março, Brian, Mick e Frank formaram o "Sweet Shop", com o baixista Steve Priest (ex-"The Army") completando o time. Logo o nome do grupo foi encurtado para "The Sweet", pois havia outra banda com o mesmo nome e que já tinha disco lançado. Em Julho eles lançaram seu primeiro disco, Slow Motion, pela gravadora Fontana. Sucesso? Nenhum. Apresentações em pequenos clubes foram a tônica do ano, que encerrou com a despedida de Frank Torpey.

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        Para seu lugar, em Janeiro de 1969, foi recrutado Mick Stewart, que já entrou participando de uma malfadada mini-turnê à Itália. Várias apresentações pela Inglaterra aconteceram, com o grupo sempre à bordo da mini-van verde de Brian.

        Um novo contrato de gravação foi assinado, agora com a Parlophone! E o grupo foi gravar no A.I.R. Studios, de George Martin, e até mesmo em Abbey Road, sob a tutela de seu sócio, o produtor John Burgess. O primeiro fruto desta união foi o compacto Lollipop Man, lançado em Setembro. Até uma aparição na Rádio BBC, com direito à entrevista com Brian Connolly, aconteceu com a banda. Sucesso? Nada!

        E veio 1970. Mais apresentações, frustrações, brigas, e um novo disco, All You'll Ever Get From Me, lançado em Janeiro. A música tinha tudo para ser um sucesso de vendas. Novamente tocaram na BBC. Nada. Um ano mais tarde ela seria quarto lugar nas paradas suecas.

        O lado B deste disco trazia uma composição do guitarrista Mick Stewart bem pesada, que mostrava qual a real cara da banda, o que ficaria evidente nos futuros lados B da RCA.

        Outro disco, Get On The Line, de Junho, é produzido por John Burgess e Roger Easterby. Eles chegam a colocar músicos de estúdio para tocar no lado A, mais um grupo feminino para os vocais de fundo. Mas nada acontece com o grupo. Quatro músicas inéditas ficariam nos arquivos do A.I.R. Studios até 1992. E o guitarrista Mick Stewart também ficou pelo caminho.

        Ano novo e parceria nova. A gravadora RCA Victor tinha uma dupla de compositores, Mike Chapman e Nicky Chinn e um produtor, Phil Wainman, loucos para explodirem as paradas de sucesso. O "Sweet" caiu como uma luva, pois deseja desesperadamente o sucesso e faria qualquer coisa para consegui-lo.

        De guitarrista novo, Andy Scott ( ex-integrante da "The Elastic Band" e do "Mayfield's Mule"), eles topam só colocar as vozes nos lados A dos compactos, com bases gravadas por músicos de estúdio. O primeiro foi Funny Funny, lançado em Janeiro. Na Inglaterra o disco ficou em 13 lugar. Mas em toda a Europa ele foi primeiro lugar. Até na América do Sul foi sucesso. No lado B uma linda balada que Andy Scott deu para o grupo todo assinar a autoria, seria sucesso nos shows até a última turnê com a formação original, em 1978. O refrão de Funny Funny era uma "jóia":

And it's so funny funny
What you do, honey, honey
What you do, what you mean to me
And you know, honey, honey
Though it's so funny funny
That you mean all the world to me

        Em Junho, novo disco, Co-Co. Novamente músicos de estúdio, incluindo uma banda de tambores de óleo da Jamaica. Tudo para criar mais um hit, que ficou em segundo lugar na Inglaterra e novamente em primeiro no resto do Mundo. O lado B, onde podiam tocar, sim era o puro som pesado do grupo, Done Me Wrong Alright. Um hard rock que levava o locutor da BBC a dizer "adivinhem quem está tocando... acreditem, não é o "Slade", é o "Sweet"!" E mais um refrão para a "história":

Ho-chi-ka-ka-ho Co-Co
Ho-chi-ka-ka-ho Co-Co
Ho-chika-ka-ho go go Co-Co

       O clipe da música apresentava uma dançarina (Co-Co), os tambores de óleo e a banda fazendo mímica. As apresentações pelos clubes e na Rádio BBC eram constantes. Em Setembro veio a primeira de uma série de excursões pela Suécia, onde seus discos eram primeiro lugar em todas as 3 paradas oficiais de sucesso.

 

       O lado B deste compacto, Done Me Wrong All Right, mostra o "Sweet de verdade" para os fãs.

       Em Outubro, mais um disco. Outra composição da dupla Chapman-Chinn, que não agradaria aos fans. A história de Alexander Graham Bell não era o assunto que a galera estava a fim de curtir. Mas, incrivelmente, novo primeiro lugar na Suécia.

       Fim de ano, vendas de Natal chegando e um LP era mais do que bem vindo. Em Novembro saía "Funny How Sweet Co-Co Can Be", com um título e capa totalmente" bubblegun".

       Muita água ainda iria rolar no ano seguinte, até que o grupo se revoltasse com a prática de não tocarem nos lados A dos compactos e pudessem gritar a plenos pulmões...

If We Don't Fuck You Then Someone Else Will!

 

Discografia Sweet (primeira parte)

CS Slow Motion / It's Lonely Out There
(Fontana TF 958) - 7/68

CS Lollipop Man / Time
(Parlophone R 5803) - 9/69
CS All You'll Ever Get From Me / Juicer
(Parlophone R 5826) - 1/70
CS Get On The Line / Mr McGallagher (Parlophone R 5848) - 6/70
   
CS Funny Funny / You're Not Wrong For Loving Me
(RCA 2051) - 3/71
CS Co-Co / Done Me Wrong Alright
(RCA 2087) - 6/71
CS Alexander Graham Bell / Spotlight
(RCA 2121) - 10/71
LP Funny How Sweet Co-Co Can Be
(RCA SF 8288) - 11/71